Ciudad Vieja

Ontem fomos a Ciudad Vieja e ao Mercado del Puerto.

A partir do terminal Tres Cruces, a melhor maneira de ir a Ciudad Vieja é via onibus. O melhor e mais barato é a linha "CA1 - Ciudad Vieja". Você embarca em um onibus limpo e pequeno, que poucas pessoas utilizam e por um punhado de moedas - $U 9, mais ou menos R$ 1,00. O onibus passa pela Plaza Independência e segue até o Mercado del Puerto.



Descemos na Plaza Independencia pois a idéia era caminharmos um pouco pela Ciudad Vieja até o Mercado del Puerto. Começamos descendo na direção contrária ao Teatro Solis e aí começaram os problemas de viajar com filhos pequenos.

O Vinícius não dormiu direito, acordou perto das 5:00h e encomodou até levantarmos por volta das 9:00h. Como chegamos as 12:00h na Ciudad Vieja, ele estava com sono e não queria fazer nada que não fosse caminhar no colo da Taís. O resultado disso é que ao invés de passearmos pela Ciudad Vieja, nós "passamos" por ela em direção ao Mercado del Puerto, onde ao menos poderíamos sentar e o Vini comer.



Foram cerca de 10 quadras, faceis de caminhar quando você não tem que segurar uma criança de 17 Kg no colo.

A parte central da Ciudad Vieja lembra o Centro de Porto Alegre, mas bem mais destruido, bem mais velho, e definitivamente, bem mais abandonado. Aliás, Montevideo parece uma cidade que está aos poucos se acabando, pelo menos a parte que conhecemos da cidade até aqui.



São prédios que um dia foram imponentes, mas completamente abandonados, mostram que o tempo está ganhando a briga, e com larga vantagem.

Próximo do Mercado, muitos prédios oficiais da marinha, polícia e outros. Alguns com cara de outros bem cuidados (como o prédio da delegacia de Polícia, que eu não consegui fotografar).



O Mercado del Puerto parece outro mundo dentro da Ciudad Vieja. É com um grande "calçadão", com as ruas calçadas para pedestres e bem cuidadas. Restaurantes arrumados, e comparado com o que vimos até aqui, razoavelmente limpos (eu diria que todo o Mercado é bem limpo, mas pode ser a impressão que tive em comparação com o resto).



A comida no Mercado é divina. Na qualidade, na quantidade e no preço. A carne é a melhor que já comi na vida. Uma parillada para duas pessoas servem três com MUITA FOME. O preço... bom, o preço é comparável a uma oferenda aos deuses (sim, no plural, porque muitos deuses não precisam de tanto).

O prato mais "em conta" é uma parillada completa. Três pessoas comem tranquilamente, mas não podem ser pessoas "chatas" para comer. Eu sou chato, mas arrisco muita coisa. A Taís é parecida comigo para comer, embora arrisque um pouco menos. A Gabriela e o Vinícius estão em um outro patamar. Para terem uma idéia, até dois meses atrás, eu não lembro da Gabi comendo carne de livre e espontânea vontade. Com isso, uma parillada não era uma alternativa viável. O custo médio é de $U 590 (cerca de R$ 70,00), não incluidas as bebidas e os 10% dos garçons.



Acabamos pedindo um "Spaguetti Cuatro Quesos" para as crianças e um File de Lomo (que descobrir ser o nosso Filé Mignon) acompanhado de pure de batatas para nós. O custo de $U 330,00 do file e de $U 200 do spaguetti foi pouco menor que o da parillada, mas para bem menos comida.

O spaguetti eu não comi, mas meu filho comeu muito bem e minha filha adorou. (te mete Silvio Santos!) O filé e o pure estavam, como eu disse antes, divinos. A carne aqui tem um gosto diferente, é excelente. A Gabi acabou comendo um pouco e pelo que vejo vai sair daqui com a mesma opinião, que a carne uruguaia é bem melhor que a brasileira. O chimichurri também estava excelente.



Apesar da "pouca" comida, não ficamos com fome. São quase 18:00h, comemos a seis horas atrás e fora um pedaço de uma mistura de amendoim com cacau muito esquisita que compramos no supermercado, não comemos nada ainda. Aquele "quarto de peça" de file foi muito eficiente.

Voltando ao preço da comida, no total, nosso almoço custou a pequena fortuna de $U 890 (cerca de R$ 105,00), e volto aqui a um tópico que será recorrente na viagem: o preço do refrigerante. Quatro garrafas de 295ml de Coca Cola sairam por $U 200,00, o absurdo de R$ 6,50 por garrafa de Coca Cola. E se contarmos os 10% da taxa de serviço, o preço sobe para mais de R$ 7,00! Por esse preço, eu tomo MAIS DE CINCO LITROS no Bourbon em Porto Alegre. Pela primeira vez na vida, meu vício está custando muito caro.

A aventura do dia ficou para a volta do Mercado. Achamos com facilidade uma parada do CA1, e nos disseram que passava de 20 em 20 minutos. Depois de mais de 40 minutos, nada de onibus.



Acabamos descobrindo que devido a uma manifestação contra uma falcatrua de uma empresa do serviço de saúde, os onibus estavam sendo desviados para a rua atrás da que estávamos. Enquanto nos encaminhávamos para a parada, vimos o onibus passar.

"Felizmente" descobrimos outras três linhas de onibus que nos deixariam no terminal Tres Cruces (180, 187 e 188). O felizmente está entre aspas não é descuido. Pegamos um desses "onibus de linha" (o 180).

O sistema "normal" de transporte público segue o transito e o estado da cidade: caótico, velho e decadente. Se "Caco Antibes" (é assim que se escreve?) conhecesse o transporte público em Montevideo diria que os onibus no Brasil são trasportes para o terminal de ônibus do inferno, que fica em Montevideo.

Onibus velho, sujo, e lotado. Não era horário de pico e o ônibus parecia um "Parque dos Maias" as 18:00h, se você não sabe o que estou falando, imagine a pior situação em um onibus na sua cidade na hora da saída do trabalho, é isso, mas o onibus tem uns 30 anos de uso ininterrupto.

Felizmente, ficamos a duas quadras do hotel. Infelizmente, não sabíamos que aquela rua era a do hotel e andamos uma quadra a mais.

A noite, "media lunas com bocatas" da padaria da esquina com "bocaditos" de sobremesa. Melhor custo-benefício em alimentação até agora ($U 120 -- R$ 15,00).



Hoje o dia amanheceu fechado e com cara que a chuva da noite voltará.

Até mais.